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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A vida tem trilha sonora


Ontem o David e eu assistimos ao filme Transformers: Revenge of the Fallen. Eu adorei o primeiro filme e até comprei o dvd duplo dele, mas esse segundo foi uma decepção! Muita coisa sem pé nem cabeça, cenas beirando o ridículo com os pais do Shia LaBeouf, montagem que deixava a gente sem entender nada, forçação de barra, exploração do corpo das personagens femininas ao extremo... enfim, não gostei. E um dos meus Autobots favoritos, o Optimus Prime, não aparece muito.

Uma coisa que ajudou a salvar o filme, como sempre, foi o Bumblebee, o Camaro do Sam, personagem do LaBeouf. Além de ser lindo (como carro) e fofo (como Autobot), ele fala através de músicas, o que sempre rende momentos engraçados.

Eu me peguei hoje então pensando em como a vida tem trilha sonora, com momentos em que uma música pode resumir bem o que estamos vivendo. Músicas que a gente gostaria de ouvir, ou até que acabam tocando na hora certa.

Por exemplo, tem tudo a ver você estar dentro do carro com sua família toda mais agregados, calorzão do verão brasileiro, indo visitar a vovó ou a tia numa cidade que fica a horas de distância, e de repente tocar a música Holiday Road, do filme Férias Frustradas. Quem não lembra do refrão "Holiday roaaaaaaad..." enquanto os Griswolds deslizavam pelas estradas americanas, carregando o corpo da falecida tia Edna no bagageiro (crianças, não façam isso com a sua titia!).

Teve um dia que eu estava num ônibus em Niterói, passando por uma praia. Justo nessa hora, começou a tocar no meu mp3 He's a Pirate, a música dos créditos finais de Piratas do Caribe, música que eu adoro. Tinha tudo a ver: o sol, as ondas batendo nas pedras, os barcos ao longe, o cheiro de mar, o ventinho gostoso no rosto. Savvy?

Mas legal foi quando eu encontrei meu marido ao vivo pela primeira vez. Nós havíamos nos conhecido pela internet e, pouco mais de um ano depois, eu e uma amiga que é hoje minha concunhada saímos do Rio em direção a Santos para conhecer nossos futuros maridos (embora a gente ainda não soubesse disso - tive que explicar porque do jeito que tava parecia até casamento arranjado, haha). Bem, viajamos a noite toda e, por volta de 5h30 da manhã, quando o ônibus estava encostando na rodoviária e nós estávamos olhando ansiosas, procurando os "meninos", meu mp3 - que devia ter síndrome de Bumblebee ou algo parecido - começou a tocar Nervous In The Light of Dawn (Nervosa à Luz do Amanhecer), da Leigh Nash. Mais propício, impossível.

E tem também as músicas que nós podemos escolher - para dançar com alguém, para um casamento ou aniversário, para representar um momento em nossas vidas.

Acho que hoje eu diria que uma música de suspense serviria bem ao meu estado de espírito. Não algo tenebroso como a música de Tubarão ou de um filme do Hitchcock, porque essas histórias nunca terminam bem. Mas um suspense... benigno. Algo como "O que vai acontecer agora? Cheguei aqui na Alemanha, o que me aguarda à frente?" Mais uma vez eu sinto que a minha vida está em suspenso, em espera, esperando uma certa nota ser tocada pra algo acontecer. Não é um sentimento ruim, e é uma coisa à qual já estou acostumada. Isso é resultado das constantes mudanças que eu venho vivendo, seja no trabalho ou na vida pessoal.

Acho que a maior e mais recente mudança foi o meu casamento, junto com a mudança para a Alemanha. É tanta coisa para pensar que às vezes eu tenho que parar e analisar cada uma separadamente, tamanha a enormidade delas. É muito estranho e difícil mudar de país e ter que se adaptar a uma cultura nova, isso não vou negar. Mas é muito bom estar casada com o homem que eu amo e poder acordar ao lado dele todos os dias, e viver a nossa vida.

Então posso dizer que essa música de suspense toca... enquanto, nas pausas, ouvimos as notas familiares de La vie en rose.