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domingo, 24 de janeiro de 2010

Natal na Alemanha

Decoração de Natal em Rastatt

Depois de postar sobre o nosso Réveillon, eu percebi que não havia dito nada sobre o meu primeiro Natal na Alemanha. Bem, a ordem dos posts vai ficar meio maluca, mas como estou postando tudo junto, quem chegar aqui vai acabar lendo primeiro sobre o Natal, o que faz mais sentido! Eu diria que o meu subsconsciente planejou tudo, hehehe.

Bem, Natal por aqui há muito tempo não tem muito a ver com Jesus. A não ser em igrejas cristãs, por todo lado só se fala em Papai Noel, compras e floquinhos de neve estilizados. O must são as feiras de Natal (Weihnachtsmarkt) - cada cidade faz a sua, maior ou menor. Essas feiras têm um aroma muito característico - um cheiro doce no ar, e em quase todas encontramos mais ou menos as mesmas coisas:

Glühwein Simplificando, é vinho quente acrescido de especiarias e, às vezes, mel. Mesmo para quem não é muito chegado em bebidas alcoólicas, como eu, uma bebida que te esquenta duas vezes (por ser quente e por ter álcool) não é nada mal na friaca que faz por aqui, ainda mais ao ar livre. Eu descobri que o Glühwein é um parente distante do quentão brasileiro e um primo de primeiro grau do Gløgg, uma bebida quente que experimentei na Noruega - mas que era feita com suco de frutas vermelhas em vez de vinho (lembra, Nádia?).

Lango Casamento entre a esfirra e o pastel sorriso, o lango é retangular, grande, frito, gorduroso e muito, muito gostoso. Pode vir com vários recheios: queijo, queijo com presunto, queijo com alho, alho, canela... O meu favorito é queijo com alho. Para ser perfeito, só se as feiras de Natal por aqui passassem a oferecer também cadeiras, em vez de apenas barraquinhas onde comemos em pé (e no frio).

Lango de queijo com alho

Gebrannte Mandeln Conhecida no Brasil como Beijo Quente ou Platinê (geralmente feita com amendoim), por aqui encontramos esta guloseima com vários tipos de frutas secas: amêndoa, avelã, macadâmia, nozes, amendoim... Apesar de poder ser encontrada em outras épocas do ano, é no Natal que parece fazer mais sucesso.

Chocolates Claro que não é preciso desculpa para comer chocolate, mas nessa época surgem os temáticos: Papais Noéis, árvores de Natal, bolas de enfeitar a árvore, tudo feito de chocolate.

Speculatius É um biscoito tipo amanteigado, altamente engordativo, com leve sabor de canela. Ótimo para derreter no leite quente, hmmm...

Quinquilharias e outros Além dessas iguarias, encontramos também nas feiras de Natal doces diveros, biscoitos, enfeites de Natal e brinquedos de madeira para as crianças. Tem também umas bijuterias e umas coisas esotéricas que não tem nada a ver com nada, mas está tudo lá, pronto para ser vorazmente consumido.

Em cima: quinquilharias natalinas
Embaixo: alguém se lembrou de Jesus!


E a neve?

Bem, nós ficamos bem bravos por aqui, porque nevou um pouco antes e bastante depois do Natal, mas nos dia 24, 25 e 26 propriamente ditos o chão estava sem nem unzinho traço de neve sequer. Tudo bem. Desde então, já nevou bastante e acho que matamos a vontade de ver as ruas cobertas de branco.

Der Schneemann saudando a neve

Não deixe de ler o post abaixo, sobre o nosso Réveillon em Stuttgart!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Final de semana na Alemanha

Sábado, eu e meu maridão fomos a um pocket show da esposa do chefe dele. O convite foi feito há um bom tempo, e não sabíamos se ia dar pra ir, mas acabou tudo dando certo.

Como sempre aqui nessa terra, nós passamos por umas aventuras para chegar ao local onde seria o show. Nós tínhamos um mapinha, mas estamos descobrindo dolorosamente e na prática que isso nem sempre ajuda.

Chegamos ao local indicado no papel e encontramos uns prédios antigos. Fomos procurando e vimos uma luzes vindo de uma porta, e lá dentro tocava música alta. Algumas pessoas fumando na porta, uns caras com aquele jeitão decadente de "E aí, gatinha?", mulheres tentando desesperadamente esconder a idade com maquiagem. "É aqui?", pensei meio desolada. Quando entramos, fomos saudados por música caribenha num volume homérico. Dentro do salão, fomos subitamente transportados - contra a nossa vontade, diga-se de passagem - para uma cena do filme Dança comigo?, aquele com a Jennifer Lopez e o Richard Gere. Também poderia ser Dirty Dancing 2: Havana Nights - você escolhe o suplício. Bem, obviamente não era ali, então resolvemos pedir informação a alguém. Enquanto o maridão foi pedir informação, fiquei observando os casais dançando na pista. Hum. Pelo menos não sou a única que não tem gingado por aqui. Pairava no ar uma leve atitude Não sei o que estou fazendo aqui, mas eu só quero me divertir. Corta para o marido recebendo informação de um professor magrinho que não parava de dançar enquanto falava e explicava para onde devíamos ir. A cara do marido diante disso foi impagável.

Enfim, quando saímos de Little Havana, conseguimos encontrar onde seria o show. Era uma espécie de galpão-abandonado-transformado-em-lugarzinho-cool, muito comum no Rio. Infelizmente vocês terão que contar com a imaginação de vocês para visualizar o lugar, porque eu meio que esqueci que tinha um blog e nem lembrei de tirar fotos do lado de fora. Também vão ter que adivinhar a minha roupa, porque eu também esqueci de tirar uma foto minha!

Chegando lá, um palco pequeno, algumas fileiras de cadeiras e um ambiente acolhedor. Olhei em volta e só reconheci algumas poucas pessoas que já conhecia do trabalho do David, além do pastor da igreja alemã que fomos uma vez aqui em Rastatt. Ele e a esposa estavam sentados e bebendo champanhe. Definitivamente, pastores alemães são diferentes.

A Nurten, esposa do chefe e estrela da noite, parecia bem nervosa, mas eu soube depois que já era a segunda vez que ela fazia isso. Ela não é cantora profissional [ainda], mas gosta muito de música e, cá entre nós, é dona de uma voz muito bonita, como eu descobri nesse dia. A voz dela é suave e tem um timbre mais grave, e foi muito gostoso ouvi-la cantar.


O show começou e, graças a Deus, todas as músicas foram em inglês. Tudo bem que eu não entendia patavinas do que ela dizia entre uma canção e outra, mas já estou me acostumando a isso.

Eu gostaria de poder dizer aqui o nome das músicas que ela cantou, mas eu não sei. Eu conhecia algumas, mas não sabia cantar, nem o nome. Aposto que minhas cunhadas saberiam, rs. A Nurten chamou alguns convidados para cantar com ela, e no final ela também tocou um pouco de violão.

Depois ela chamou dois rappers alemães (mas que também poderiam ser dois meninos paulistas), de cujo discurso/cantoria inflamados eu só entendi uma palavra: Deutschland. Pois é.


Após o show realmente acabar, a galera arrastou as cadeiras (o que bizarramente me remeteu aos retiros de Carnaval do CEI) e começaram a tocar um bate-estaca lá. Acho que aquilo era uma balada alemã. Fomos para o mezanino e comemos alguma coisa, conversamos mais um pouco e decidimos que, para a nossa primeira balada alemã, já estava de bom tamanho. Pegamos carona com um colega do David e viemos para casa.

***

No domingo, nós fomos a [mais] uma festa de verão, desta vez na cidade de Ettlingen. Fazia sol, então resolvemos que seria uma boa sair um pouco de casa.

Chegamos lá e a cidade estava fervendo. Nos disseram que era uma das últimas festas do verão, e uma das maiores, e que por isso ia bombaaaaar!!! Ok, ninguém que eu conheço fala assim, mas é mais ou menos essa a ideia.

O que havia de diferente nessa festa, além das intermináveis barracas de comida e bebida, eram duas coisas. Primeira: assim que chegamos, demos de cara com uma banda tocando ABBA. A princípio pensei que fosse uma furiosa, mas depois percebi que era uma orquestra... de acordeons (olha aí, mãe)! Chegamos quando estavam tocando Super Trouper, e depois entrou SOS. Confiram no vídeo abaixo um trecho.



Eu insisti com o maridão pra gente sentar e comer (sim, por que mais estaríamos lá?) ali perto. Acabamos almoçando ao som do grupo, que tocou músicas tradicionais alemãs, americanas e italianas.

A segunda coisa diferente que vi nessa festa foi uma feirinha de artesanato. Tinha cada coisinha mais linda e diferente. Algumas com preço bom, outras nem tanto. Eu acabei não comprando nada porque ainda não sei como vai ser a decoração aqui de casa, então preferi deixar para a próxima.


E assim terminou mais um final de semana na Alemanha. Esta semana será bem agitada, e espero voltar aqui no próximo domingo com notícias e novidades!

domingo, 16 de agosto de 2009

Agora o trailer

Queridos leitores, saiu um trailer (foi assim que o cara da filmagem chamou) do nosso casamento. Eu chamaria de preview, mas, deixando os detalhes técnicos de lado, aqui vai uma prévia do que será o meu video de casamento (não se preocupem, não vou infligir o vídeo inteiro a vocês quando ele sair, rs).

terça-feira, 28 de julho de 2009

Festa! Rastatt 925 anos

Assim que cheguei na Alemanha, há cerca de um mês, eu estava meio tristinha. Saudade da família, dos amigos, do Brasil. Tristeza por não entender patavinas do que se diz por aqui. E também o choque de chegar da lua-de-mel em Paris (um dia escrevo sobre isso), um lugar chique, animado, alegre e (parcialmente) ensolarado, e encontrar uma Alemanha introvertida e cinzenta.

Bem, isso passou e os dias começaram a ficar bem melhores. Mas eu fiquei feliz mesmo quando soube que no final de julho haveria a festa de aniversário de Rastatt, a cidade onde moro.



Uma das coisas que me deixam um pouco deprê às vezes por aqui é o fato de quase nada funcionar aos domingos, exceto um ou outro restaurante ou padaria, e mesmo assim só até bem cedo, tipo 17h. Para quem estava acostumada a viver numa cidade dez vezes maior do que esta, onde supermercado e shopping funcionam aos domingos, padaria então nem se fala, até as 23h... foi um choque e continua sendo. Andar pela cidade aos domingos é o mesmo que passear numa cidade fantasma. Eu gosto de ver gente na rua!!!

Mas vamos ao que interessa: a festa! Rastatt, uma jovem senhora, fez 925 anos, e foram três dias de comemoração por aqui. A festa aconteceu no centro da cidade, perto da nossa casa - aliás, estou descobrindo as alegrias de algo inédito: morar perto do centro da cidade. Porque eu sempre morei na "roça" em todo lugar onde vivi.

Não pudemos ir na sexta-feira, que foi o primeiro dia de festas, mas comparecemos no segundo e no terceiro. No sábado recebemos a visita dos pais, irmãos e cunhada do meu marido, além de outros brasileiros que conhecemos aqui. Almoçamos na praça (aliás, 80% da festa se resumia a comer e beber!), depois passeamos pela feira medieval que foi montada. Vi um pessoal praticando arco-e-flecha, mas fiquei meio sem jeito de tentar. Primeiro porque tinha plateia demais pro meu gosto, e segundo - e esse foi o motivo principal - porque eu não ia entender nada do que a instrutora ia dizer, o que poderia irritá-la. E nunca se deve irritar alguém que sabe manejar um arco e um punhado de flechas, principalmente quando esses estão ao alcance!



No sábado vimos também uma encenação de lutas de cavaleiros. Eu pensei que encenariam uma justa de verdade, mas foi mais uma espécie de embromation, o que não deixou de ser legal. Os cavalos eram lindos, e o apresentador fez a plateia rir, o que me leva a pensar que ele era engraçado. No final da tarde a família do David passou na nossa casa, tomou café e depois foi embora. Eu e meu marido então demos um tempo em casa e depois fomos para o after dark: showzinhos intimistas em três palcos espalhados pela festa, e depois queima de fogos - ao som de música clássica - às 23h. Depois dos fogos, sentamos numa mesinha e escutamos uma banda alemã tocar, entre vários hits nacionais, Hotel California e Hey Jude - que serviu para empolgar a plateia com o refrão!


No dia seguinte, chegamos e estava tendo um desfile. Muitas pessoas vestidas com roupas de época, representando vários momentos da história da cidade, assim como povos e grupos que fazem parte dela.


E, depois do almoço, fomos mais uma vez para a margem do rio Murg assistir os Cavaleiros do Rio Neckar, o grupo que eu mencionei. Dessa vez vimos do início ao fim, e num lugar mais tranquilo, na sombra.


Ao lado de onde eles se apresentaram, havia umas tendas representando um acampamento medieval. O mais legal é que eles realmente passaram a noite lá, porque nós vimos fogueiras nesse local quando voltávamos para casa na noite anterior. Me pergunto se eles fazem isso sempre como estilo de vida, se passaram a noite lá para "entrar no clima" ou se foi só porque era mais fácil, mesmo.

Resumo da ópera: gostei muito da festa. É muito bom ver a cidade movimentada e animada daquele jeito. Agora ficarei aguardando ansiosamente outras festas, e já soubemos por uma pessoa do nosso prédio que tem mais duas vindo por aí: uma em agosto (que não entendemos bem do que se trata) e uma outra que tem a ver com pesca. Segundo essa pessoa, esse aniversário de Rastatt foi até fraquinho. Hum... que venham então as festividades!