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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Um dia comum

Que o tempo na Alemanha é maluco eu já sabia.

Já estou bem acostumada com isso, até porque em Niterói o clima não era exatamente confiável. Quando eu tinha que ir ao Rio (ou seja, uma saída mais longa), eu costumava levar na bolsa um guarda-chuva e um casaquinho. Aqui não é muito diferente, porque o tempo também pode virar do nada.

Mas, geralmente a previsão do tempo aqui na Alemanha não falha. Portanto, hoje fiquei surpresa quando acordei e vi o céu nublado, já que a previsão previa (duh) céu sem nuvens até quinta-feira.

Pois bem. À tarde, a coisa mais estranha: começou a trovejar e caiu um temporal daqueles, com vento, chuva castigando as janelas e essa coisa toda. O meu lado recente-fã-de-Percy-Jackson pensou "Hum, Zeus tá nervoso". O meu lado recente-moradora-da-Alemanha pensou "Nossa, a previsão do tempo errou, não admira que esteja chovendo". Já o meu lado candinha (É, eu tenho vários lados. Trust me, I could go on forever.) me impeliu até a janela, onde fiquei assistindo ao temporal. Adoro observar tempestades. É gostoso ver uma chuva forte caindo, principalmente quando não há o risco da água empoçar no seu quintal e inundar a sala, a cozinha e os banheiros (né, Nádia?).

Dali a pouco, eu vi algo inédito: começou a chover granizo. Não que nunca tenha acontecido na Alemanha, mas é que eu nunca tinha visto! Mas aí pensei: "Ué, não tem que ter frio pra ter gelo?" Ledo engano, caros leitores, porque eu coloquei a mão pela fresta da janela e não estava nada frio lá fora. Vida de dona-de-casa também é cultura.

Bem, esse tempo todo eu estava na sala. Decidi ir até a cozinha, que tem uma janela voltada para o outro lado do prédio. Enquanto observava as bolotas de gelo menores do que bolas de gude castigando os carros no estacionamento, aliviada pelo nosso carro não estar lá embaixo - até porque não temos um - o Sol saiu! Assim, no meio da tempestade e do gelo, ele se atreveu a dar as caras, e com vontade! E então, no riacho que tem do outro lado da rua, surgiu um arco-íris!

Tipo, a nossa rua não é larga, então estou falando de um arco-íris que estava logo ali, a 50 metros, o sonho de qualquer um em busca do famoso pote de ouro. E ele estava mesmo dentro do córrego. Fiquei olhando embasbacada enquanto ele surgiu, forte, brilhante e colorido, desapareceu, brilhou de novo e então sumiu de vez.

A vida às vezes cai na rotina. Uma chuva de granizo pode quebrar o marasmo. E ainda nos presentear com um córrego e um arco-íris dentro dele, bem ali na janela da cozinha.